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Um temporal – Toninho Aribati

Não escravizo, vivo em plena liberdade,
de asas abertas balanço selvas e cidades.

Decolo em redemoinho, sopro força que assanham
Cabeleiras e arrancam bonés.

Meu som atrito, minha voz ganidos de um temporal.

Que estrangula a língua do dragão que lambe laminas de
fogo.

Momentos de distúrbios mentais, sonho com a paz, às
vezes me desgasto, sob o ímpeto, derrubo torres e
arrebento castelos, deixo grandes assustados,
menores temidos.

Balançar selvas e cidades, tirar cinzas do cinzeiro
espalhar papéis sobre a mesa.

Sou vento, não me escravizo vivo em plena liberdade.
Assanho cabeleiras, selvas e cidades.

Sou vento, sou temporal que vomita o seu próprio prazer.
Não se apaga e nem paga luz pra viver.

Sou neutro, sem rumo atravesso portas, quebro vidraças
e jogo tudo para o ar.

Sou vento, sou temporal.

Toninho Aribati

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