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Ter sorte ou ter azar – Toninho Aribati

Hoje é sexta- feira treze, dia esse, que pode parecer para muitos o mais
azarento de todos os dias da semana, por que não dizer, do mês ou do ano.
Maculada a primeira impressão daqueles que afirmam ter visto: o chupa
cabra, o Lobisomem em noite de lua cheia, a Mula sem cabeça andando em
circulos sem direção, o saci-pererê com sua perna só, (de pulo em pulo
pelas entranhas da mata adentro). O homem chamado de pé grande, tipo
horroroso parecido uma figura pré-histórica. O Etê de Varginha descendo
do seu disco voador, o tal capa preta, que alguns definem ser um monte de
coisa, sendo ele mesmo Conde Drácula, o vampiro da meia noite o Lúcifer,
o príncipe das trevas, ou seja, o mesmo diabo ou satanás (coisa ruim). São
tantos os testemunhos dizendo ter ouvido os estranhos barulhos vindos do
sótão ou porão do velho casarão abandonado, o grito e gemido parecendo
uma alma penada, que só de lembrar causa certo arrepio em qualquer um,
que percebe e ouve. O prenúncio contido de medo ou terror que faz os que
têm mais medo tropeçarem na sua própria sombra. São as lendas
transformadas em sagas místicas que movem o mistério de dúvida e pavor,
para os que acreditam em tudo isso.
Já para outras pessoas, sexta-feira treze não significa nada, que diz
respeito a ter sorte ou azar, a não ser com pouquíssimas exceções
reveladas a publico como é o caso do ex- técnico da seleção brasileira o
senhor Zagalo, que afirma categoricamente que o numero treze é seu
maior amuleto de sorte, que assume ser um supersticioso. Que não servem
de comparação voltada para outras pessoas que vivem libertas de tal fato,
no qual para elas serve somente como referencial numérico para ordenar
um determinado dia da semana, que possa vir a estabelecer uma
seqüência de um determinado calendário anual; que se falando de data e
número pode muito bem cair em qualquer ordem ou dia da semana, mês e
ano. São coisas vistas por elas que não são supersticiosas, pois tudo que
acontece nesse sentido não passa de mera coincidência: não querem
prever o transcendental misturado a uma condição de supertição. Elas
assumem não serem tão místicas assim… Diante de tantas outras pessoas
que são e preferem ver vultos que vão além de tudo que se vê e se sente,
colocado ao pé da letra. Elas não diferem o sensorial pelas as coisas mais
tangíveis de forma natural e clara, vistas pela razão.
No mundo das incertezas quando oscilamos negativamente pensamos no
pior, logo nos acomete uma sensação de pavor misturado à insegurança,
que passa a ser contundente a natureza humana ter inicialmente medo do
desconhecido, que em nós gera desconforto. Há casos de pessoas entrarem
em pânico, com determinadas situações que nada pode explicar. Quanta
incerteza no falso olhar dos que imaginam se esconder no mistério infinito
dos segredos, que para nós seres humanos, ainda não sabemos o certo
para que nascêssemos, e depois porque morremos. Proveniente dessas
obsessivas incertezas que muitos cultivam o medo, por não acreditar (na
força maior que é Deus).
No entanto, em outros planos terrestres, seria acreditar no mais visível aos
nossos olhos. Vivenciar na janela de novos tempos, essa mesmo que vai
afirmar o presente para desvendar o futuro. Pra que tentar prever o
inimaginável, talvez seja esse o motivo de tantas pessoas serem
supersticiosas a ponto de acreditarem em ficção mirabolante confundindo
cada vez mais. Todavia, para os que acreditam e são supersticiosos não é
tão simples assim desprender das crenças populares a arraigadas as
diferentes culturas religiosas, por isso muitos se limitam a tantas coisas,
explicitando melhor essa situação, existe pessoas que não se ariscam a
passar por debaixo de escada ou viaduto numa sexta-feira treze, com
receio de que algo possa cair sobre a sua cabeça, não necessariamente os
fenômenos da natureza. Nem tampouco, arrisca a dar o primeiro passo
nesse dia com o pé esquerdo, logo julga ter dado um passo falso por não
ter sido primeiro com o pé direito. Quando isso acontece por distração, cai
sobre si todo tipo de negatividade e cisma, a ponto de pensar que tudo
possa dar errado nesse dia. Benze-se, procura livrar-se até mesmo da
roupa que esteja usando nesse dia, para corpora da sua fé fazendo vários
sinais da cruz, mais o credo em cruz, três Avemarias oferecendo ao seu
anjo da guarda, que o proteja de tal vacilo cometido.
Outra coisa que faz esse mesmo tipo de pessoa mudar a ordem do seu dia,
é ver um Sapo pulando em sua direção perecendo estar sem destino,
imediatamente começam a imaginar um monte de exageros, faz o nome do
pai convocando todos os santos. Se policia a ponto de muitos voltarem do
seu destino e se trancarem em sua casa e não fazerem nada nesse dia.
Certa imaginação de inquietude ao ver o sapo cruzar o seu caminho, pois
andar e movimentar-se faz parte de nós mesmos e também dos animais. A
inquietação do sapo talvez seja fugindo de algo que o persegue, com a
possibilidade de ser um tipo de ameaça e por não ter a proteção da ação
predadora que exerce sobre ele a cobra, hipnotizando-o sob a luta
alimentar por sobrevivência. Por isso que ela, a cobra, tem suas
artimanhas que fazem parecer ter olhos de uma feiticeira, diante de suas
presas.
De forma diferente, mas ainda retratando sobre o mesmo assunto, se não
bastasse uma legião de pessoas vivendo em constante conflito de espírito e
alma, com as contingências alheias de quem fica feito besta esperando o
de mais falso passar, em qualquer parte da cidade. Na rua da consolação,
esquina com a rua dos perturbados onde se situa o bar, que vende em dose
dupla o gole ardido do mais puro veneno, de cortesia o cigarro aceso
queimando a solidão.
A fumaça densa soprada por alguém com ar de desolação, que esvai na cor
cinza pro céu, continua no cinzeiro guimbas acesas e a vontade desse
alguém dar mais um trago, para prender no peito a fumaça misturado
angustia sentida por alguém que nunca existiu. No outro dia, tenta
justificar a ressaca moral que sente, o sentimento contido causado pela
falsa ilusão que faz lembrar-se do falso vizinho que de tempo em tempo,
aparece com o seu rosto pálido e o sorriso vazio sem cor, fingindo não ver
para não corresponder ao seu bom dia. De outra forma o que possa ser
real ou irreal? Separada a rotina sobre esse estilo surreal, ao de mais
moderno o ritmo frenético das perturbações que invadem a nossa
consciência, o triste olhar dos cães abandonados à beira da estrada deserta
sem nenhum tipo de compaixão com isso: acabam morrendo atropelados
ou de fome.
É coisa que acontece com certa freqüência e quando os delitos são
apurados para que seja responsabilizado e punido por um ato de injustiça,
esse mesmo culpado quer passar por indecisos da sua própria delinqüência,
a ponto de chegar à condição de querer ser submetido a uma consulta
medica para se resguardar pela sua ação maldosa e quando há coerência
profissional por parte do medico, que o diagnosticou atestando a sua falsa
loucura por tudo aquilo que paciente não sente, mas que passou a sentir
por conveniência. Esses poderosos indecisos que de tanto falei só querem
confundir ou burlar o sistema, que sem motivo algum vai ao banco numa
conversa mais que amistosa, constata com o seu gerente que até então,
lhe incentiva a comprar todos os produtos que oferece o banco, com a
certeza de tudo que lhe oferece vai assegurar a sua felicidade. Porém,
quando ambos percebem que o saldo fornecido é proveniente de um falso
extrato, que o caixa eletrônico emitiu e para amenizar a dúvida desse
devido cliente, o gerente disse: foi um leve engano senhor! – Esse tipo de
extrato serve para uma simples conferencia do seu saldo que como alerta
já te digo! você está no negativo o qual já faz uso do seu limite do seu
cartão de credito, usando todo o seu limite. Por fim…
O coração sangra quando recebe da suposta amada a saliva do falso beijo
da garota que se diz modelo, que também freqüenta o calçadão de
Copacabana no uso do seu belo corpo, pautado numa tabela por tempo e
modo de uso, mas se diz não ser uma “meretriz”, na profissão de atriz;
convence com a menção de falsidade fazendo juras de amor. Com
naturalidade explícita o falso sorriso estampado em seu rosto, se não
bastasse à alta demanda de oferta e procura da mais viva falsidade. Uns
vendem sexo e outros comprando o prazer de um belo corpo, jogados num
mundo profano, onde tudo passa a ser relativo dar o perdão, para ser
perdoado.

Toninho Aribati
Revisão: Geuderson Marchiori

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