Lembra daquele beijo
Tão querido, ardente,
aquele almejado,
que poderia ser de cinema,
aquele beijo da gente,
deveras especial?

Lembra, lembra como foi?
Acaso esqueceste?
Aquele beijo, em Paris?
Em Veneza sob a luz da Lua,
movido pelas ondas
nos costados
daquelas gôndolas
que animavam nosso frenético desejo?

Lembra dele, não é possível?
Aquele beijo,
tórrido, cheio de amor,
como se fosse num passeio
pela Itália, sob o sol do verão,
quanto tempo perdido!
Tudo se resumia em emoção,
querer e sonho.

Você, não lembra?!!!!
Desgraçadamente não lembrará,
foi o beijo mais maravilhoso,
que não houve,
apenas nos sonhos
desse que o ousou
poeticamente.
O beijo inexistente
como se fosse uma epifania,
um sublime devaneio
dessa mente que nem sabe
se existe, se respira,
ou se pensa.
Essa mesma pervertida
que apenas sobrevive
das memórias fractais.
Sub-existe nas migalhas desse ensejo
proibitivo como tudo
que faz falta à alma,
que respira esganiçada
como se pudesse ser
indiscutivelmente livre.

MILTON ZAMBONI

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